SP terá treinamento ‘express’ e hospitais de campanha contra a doença
Durante o evento, o governador Geraldo Alckmin assinou um termo no qual os gestores municipais se comprometem com o Governo do Estado a cumprir uma série de metas que contribuirão para a prevenção e controle da dengue no Estado.
"O esforço que está sendo feito unindo os três governos - federal, estadual e as prefeituras municipais -, aliado ao treinamento de profissionais para o trabalho de prevenção, começa em 283 cidades que são absolutamente prioritárias. Além disso, outra ação é o diagnóstico rápido através do Instituto Adolfo Lutz e o tratamento da doença", afirmou o governador Geraldo Alckmin.
Um mapeamento realizado pela Secretaria da Saúde, por intermédio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) apontou 283 (43%) dos municípios paulistas como de risco alto ou muito alto para a ocorrência de dengue no próximo verão. A classificação levou em conta fatores como histórico de transmissão da doença e índices de infestação de larvas do Aedes aegypti, por exemplo. O plano visa reorganizar a assistência médica aos pacientes com suspeita de dengue, para evitar o agravamento dos casos ou óbitos, além de medidas para aprimorar o controle de vetores.
"Estamos promovendo uma grande mobilização no sentido de alertar os municípios sobre a importância de adotarem ações efetivas para evitar a disseminação da dengue no Estado. Mas é importante destacar que a participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti, removendo recipientes com água parada no interior de suas residências, é fundamental para que o sucesso deste plano", afirma o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri.
Um dos principais pontos do plano prevê o trabalho de equipes estaduais de "Treinamento Express" em 67 municípios considerados prioritários. A idéia é capacitar e atualizar os profissionais de saúde em seus próprios locais de trabalho, focando em temas como manejo clínico, avaliação de risco e organização de serviços. O treinamento acontecerá nos próprios serviços de saúde, de forma compacta, com duração média de 15 minutos. Essa estratégia foi adotada para garantir uma ampla cobertura entre os profissionais que lidam com casos suspeitos de dengue. Antes, em capacitações realizadas em auditórios, fora das unidades de saúde, alguns serviços não mandavam seus médicos para serem treinados.
Os gestores municipais também receberão treinamento e uma cartilha com as informações referentes a combate ao Aedes aegypti e tratamento dos infectados. O plano prevê também a montagem de "hospitais de campanha", que oferecerão um tratamento especializado, auxiliando os municípios com maior incidência de casos, desafogando os hospitais e unidades de saúde.
A Secretaria também irá destacar cerca de 700 profissionais da Sucen para acompanhar as visitas casa a casa realizadas por agentes municipais visando o controle e eliminação de criadouros. Antes a Sucen realizava a capacitação desses profissionais e apoiava ações de nebulização, mas não realizava visitas domiciliares, função que ficava exclusivamente a cargo das prefeituras.
Serão realizadas, ainda, cinco oficinas macrorregionais sobre dengue para municípios prioritários e regiões Metropolitanas da Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas, com duração de três dias. Outro ponto de ação do plano é apoiar 100% dos municípios selecionados para realização de ações de mobilização social com ênfase na eliminação de focos do mosquito, na divulgação dos sinais e sintomas da dengue e na procura de serviço de saúde quando da suspeita da doença.
Novo sorotipo
Haverá ampliação do monitoramento da circulação viral em municípios paulistas considerados prioritários. Nesses municípios, nos casos com suspeita de dengue, será utilizado o exame NS1 como triagem para a realização de exame de sorotipagem viral, visando identificar os subtipos de vírus em circulação.
Essa medida tem como objetivo monitorar a circulação viral e identificar precocemente a circulação do vírus tipo 4 da dengue, identificado pela primeira vez no Estado em 2011, mas ainda restrito, neste momento, a três municípios da região de São José do Rio Preto. A entrada em circulação do subtipo 4 do vírus da dengue no Estado aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença, ampliando o risco de casos graves e óbitos.
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